Governo coloca usina nuclear de Angra 3 no centro da transição energética brasileira

O Ministério de Minas e Energia (MME) entende que a fonte nuclear emite poucos gases poluentes e pretende diversificar a matriz energética brasileira para trazer mais segurança ao setor. Atualmente, apenas 1,3% do total vem das usinas nucleares Angra 1 e 2 no Brasil, enquanto a média mundial é de 5%.

O Plano Decenal de Expansão de Energia 2031 destaca “a consideração da entrada em operação comercial de Angra 3, que representa a expansão nuclear no horizonte decenal, junto com uma nova planta considerada a título de política energética. Os atributos de confiabilidade de geração, elevado fator de capacidade e livre de emissões de gases causadores de efeito estufa, concretizam essa tecnologia como opção na matriz elétrica brasileira”.

As obras para colocar Angra 3 em operação foram retomadas em 2022, após sete anos paralisadas, e a licitação para contratar a empresa que será responsável por concluir o trabalho é até o mês de junho deste ano. A previsão do governo é de que sejam investidos R$ 20 bilhões até a finalização da obra, planejada para 2028. O valor está contemplado no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

“Com potência de 1.405 megawatts, a nova unidade será capaz de gerar mais de 12 milhões de megawatts-hora por ano, o suficiente para atender 4,5 milhões de pessoas”, afirma a Eletronuclear, responsável pela administração do complexo.

Durante visita técnica à usina de Angra 3 no final de 2023, o ministro Alexandre Silveira citou a importância da energia nuclear no processo de produção de energia limpa.

“O Brasil é o país que lidera a transição energética no planeta por ter 88% de energia limpa e renovável, uma das matrizes mais limpas do mundo. Avançar tanto em tecnologia quanto na produção de energia nuclear é fundamental para que a gente possa reindustrializar o país e, num futuro breve, até exportar a sustentabilidade através do hidrogênio verde, que é o futuro do armazenamento adequado de energia”, explicou o ministro.

De acordo com a Eletronuclear, a soma de capacidade das usinas de Angra 1, 2 e 3 pode chegar a produção de 500 kg/dia de hidrogênio. A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) ressalta que o hidrogênio atualmente produzido e utilizado nas usinas é descartado na atmosfera. Para ser comercializado, o gás terá que passar por processo de purificação.

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