Clima acelera fusões e aquisições em energias renováveis

As operações de fusões e aquisições envolvendo empresas que atuam no segmento de energias renováveis totalizou R$ 50 bilhões nos últimos nove anos, período em que ocorreram mais de 190 transações, segundo levantamento da consultoria CELA (Clean Energy Latin America).

O levantamento mostra que, de 2014 a 2023, os projetos de energia solar e eólica alvo das operações totalizam mais de 50 gigawatts (GW). A consultoria levou em conta desde operações envolvendo grandes usinas centralizadas quanto os médios empreendimentos de geração distribuída (até 5 megawatts).

A maior parte das transações está concentrada nos anos de 2022 e 2024, com cerca de 60 fusões e aquisições que totalizaram R$ 25 bilhões e uma capacidade de geração de 30 GW.

 

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Crédito: CELA (Clean Energy Latin America)

A consultoria lembra que as mudanças climáticas fazem com que as energias renováveis sejam mais demandadas em escala global, mas vê também uma busca por soluções acessórias.

“Investir em tecnologias de armazenamento de energia e redes inteligentes pode garantir que essas fontes renováveis forneçam energia confiável e estável, mesmo em momentos de alta demanda”, explica Camila Ramos, presidente da CELA.

No caso do volume financeiro transacionado, os projetos centralizados, sobretudo da fonte eólica, aparecem de forma mais expressiva, dado o tamanho dos empreendimentos e a potência instalada nas usinas de grande escala.

Esses negócios se dão entre empresas brasileiras e também com estrangeiras, que optam por um ativo já em operação para entrar no mercado nacional. Esse é o caso da Rio Energy, que foi adquirida pela Equinor, e a francesa Total Energia, que comprou 70% da Total Eren, que possui ativos de energia eólica e solar no Brasil.

Ainda de acordo com o levantamento, o Nordeste concentra o maior número de negócios (39) e capacidade de geração (13,2 GW).

“Há a expectativa otimista de que o Nordeste reforce ainda mais seu destaque, impulsionado pela abundante disponibilidade de recursos renováveis e o promissor desenvolvimento de hubs de hidrogênio verde que vem sendo estruturados na região e que demandarão capacidades instaladas de fontes renováveis ainda maiores.”

Esses números de transações feitas nos últimos anos mostram que há um real interesse dos investidores pelos temas associados às mudanças climáticas. Essa preocupação acaba se revertendo em investimentos. Outro ponto a se destacar é que as energias renováveis, que têm o Brasil como protagonista, são solução crucial na luta contra os efeitos das mudanças climáticas.

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