O Brasil se coloca como player fundamental no combate às mudanças climáticas ao assumir o compromisso de reunir líderes mundiais em Belém, no Pará, durante a COP30. O evento será realizado em 2025 e as discussões sobre como estão cada vez mais presentes nas mesas de multinacionais que atuam no país.
Representantes de empresas e instituições brasileiras e britânicas se reuniram para debater a descarbonização na economia. O 19º Seminário Internacional de Energia foi realizado pela Câmara Britânica de Comércio e Indústria no Brasil (Britcham).
O cônsul-geral do Reino Unido no Rio de Janeiro, Anjoum Noorani, destacou a importância do hidrogênio brasileiro.
“O hidrogênio brasileiro pode ser uma das soluções para a segurança energética.”
“Energia é um tema super importante para o governo britânico. A transição energética é fundamental para chegarmos a nossas metas climáticas. O Brasil é super importante no mundo no segmento da energia”, afirmou Anjoum Noorani.
A celeridade necessária para tirar do papel as soluções planejadas por empresas depende de regulamentações dos mercados de energia eólica e de carbono.
No Senado, a Comissão de Meio Ambiente (CMA) aprovou na última quarta-feira (18) o projeto de lei 725/2022 que disciplina o uso do hidrogênio como fonte de energia.
De acordo com o texto apresentado pelo ex-senador Jean Paul Prates, atual presidente da Petrobras, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) fica responsável por regular e fiscalizar toda a cadeia do hidrogênio.
Raphael Moura, superintendente de tecnologia e meio ambiente da ANP, deixa claro que o tema “regulamentação” depende primeiramente de avanços no Poder Legislativo e que a ANP monitora de perto a situação no país.
“Embora não sejamos responsáveis pela regulamentação da atividade comercial, estamos acompanhando o portfólio das empresas e temos contato com as lideranças de pesquisas para entender como a ANP pode criar sinergias e externalidades positivas para que as atividades sejam implementadas e aceleradas no Brasil”. A declaração ocorreu no Seminário Internacional de Energia da Britcham.
Foto: Britcham Divulgação / Daniel Lewinsohn
Em meio a este processo, a ANP revela uma tendência na transformação de portfólio de empresas: o aumento de investimento em projetos de descarbonização.
“Desde 2021, a gente assistiu esse boom de estratégia de investir em transição energética. Nesta linha, há empresas reguladas com portfólio de 70% de investimento em pesquisas de transição”, relata Raphael Moura.
Geração de energia renovável em escala, produção de biocombustíveis, bioenergia e captura de hidrogênio são metas de empresas que lideram o mercado energético global, como a British Petroleum (BP).
“Nossa empresa tem um perfil agressivo na busca por integração de projetos e inovações do mercado, com alta diversificação da carteira de investimentos. O grande desafio é conseguir garantir o fornecimento da segurança energética com custo razoável e local”, declara Adriano Burger, diretor de desenvolvimento de negócios e integração da bp Brasil.
Foto: Britcham Divulgação / Daniel Lewinsohn
Do ponto de vista dos avanços relacionados a pesquisas, Olivier Wambersie, gerente geral de tecnologia da Shell no Brasil, destaca que a empresa investe USD 100 milhões por ano no Brasil em novas tecnologias.
O executivo ressalta que é preciso avaliar como e onde investir este valor. “Nossas áreas de investimentos, o foco ainda é deep water. O Brasil é o centro da deep water. Por isso, queremos melhorar a eficiência do offshore. Na transição energética, o investimento é em baixo carbono. Devemos ampliar o foco na Amazônia e no etanol”.
Foto: Britcham Divulgação / Daniel Lewinsohn
Entre as estratégias de mercado e concorrências, a unanimidade no setor de Energia é de que é mais vantajoso agir em parceria do que criar competição entre companhias na busca pela transição energética.