A abertura de 100% do mercado livre de energia para grandes consumidores é um novo elemento que faz parte do planejamento dos principais players para 2024. As empresas classificadas como integrantes do “grupo A” poderão optar pela compra de energia elétrica de qualquer concessionário, permissionário ou autorizado do Sistema Interligado Nacional – os empreendimentos de pequeno porte terão acesso a partir de 2026.
Para Élica Martins, sócia líder de Energia da Grant Thornton Brasil, uma das maiores empresas globais de auditoria, consultoria e tributos, a dose da precificação é fator fundamental nesta questão. “A variação do preço de energia é, sem dúvida, o desafio. Encontrar o equilíbrio, pois, no último exercício, tivemos períodos de oferta excedente e o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), indicador utilizado como valor de referência para a comercialização da eletricidade no Mercado de Curto Prazo, tende a ser mais baixo devido às boas condições para geração de energia nas usinas, bem como do nível dos reservatórios das hidrelétricas favoráveis neste período, o que não garante o futuro, eu diria que este é o melhor momento para compra de energia de longo prazo”, diz.
Uma pesquisa realizada pela Grant Thornton, revela que, no setor de Energia, 39% dos empresários entrevistados no Brasil enxergam o custo como entrave para o crescimento das companhias. O percentual se apresenta estável na comparação com o estudo feito em 2021. Élica Martins avalia que o resultado significa uma queda no impacto da energia no mercado ano a ano.
“No último exercício, tivemos períodos de oferta excedente e o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), indicador utilizado como valor de referência para a comercialização da eletricidade no Mercado de Curto Prazo, tende a ser mais baixo, por conta das boas condições para geração de energia nas usinas, bem como do nível dos reservatórios das hidrelétricas favoráveis neste período,” explica.
A executiva da Grant Thornton diz acreditar que esta mudança no setor traz como principais oportunidades a liberdade de escolha e a democratização de fontes de energia. “Nos últimos anos, houve um aumento significativo na capacidade instalada de fontes alternativas, como eólica e solar, impulsionado por incentivos governamentais e redução dos custos de produção. São ações muito importantes para diversificar a matriz energética do país, reduzir a dependência de fontes não renováveis e contribuir para a sustentabilidade ambiental,” conclui.
A confiabilidade do mercado livre de energia é de responsabilidade da Aneel, órgão regulador, e da CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), que tem como missão viabilizar a comercialização de energia elétrica no Brasil. Ambas instituições também podem auxiliar consumidores e tomar decisões para proteger o setor.