O último leilão de linhas de transmissão mal terminou e um novo já está programado para março do próximo ano. Isso significa a contratação de 17 mil km de linhas que devem ficar prontas até 2030, o que é o equivalente a 10% dos quase 180 mil km existentes atualmente. Essa ampliação é necessária para suportar e levar para outras regiões o aumento da geração eólica e solar, que está concentrada no Nordeste.
Nesta sexta-feira (15), a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) leiloou três lotes de linhas de energia, que somam 4.4471 km. Em média, o deságio ficou em 40% e esses empreendimentos, que devem ficar prontos em até 66 meses após a assinatura dos contratos, devem gerar R$ 21,7 bilhões em investimentos. Esse é o maior valor já registrado em um certame do tipo. Esse valor é superior ao contratado no leilão de março, que foi de R$ 15,7 bilhões.
O lote 1 ficou com a State Grid. O 2, com o Consórcio Olympus XVI e o terceiro com a Celeo Redes. As empresas terão que desembolsar, respectivamente, R$ 1,9 bilhão, R$ 239,5 milhões e R$ 102,2 milhões, além dos investimentos que serão feitos.
Segundo o diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, o certame foi importante para a região Nordeste, que concentra a produção de energia eólica e solar.
“Se no passado nós contratamos corrente contínua para integrar grandes hidrelétricas como Itaipu, Jirau, Santo Antônio e Belo Monte, hoje nós estamos contratando corrente contínua para coletar energia de centenas de usinas eólicas e solares localizadas no norte de Minas e no nordeste do país. Essas linhas permitirão que o Nordeste continue sendo a nova fronteira de desenvolvimento de energia renovável no Brasil”, afirmou.
As empresas vencedoras do leilão desta sexta-feira devem assinar o contrato em abril de 2024. A partir da assinatura é que começa a contar o prazo para a construção das linhas, que pode chegar a 66 meses, a depender do trecho.
O leilão previsto para março prevê investimentos de R$ 21 bilhões, mas com projetos também nas regiões Sudeste e Sul.