Projeto bilionário de energia limpa nos EUA reflete urgência da transição

O maior projeto de energia limpa dos Estados Unidos é cheio de superlativos. O ambicioso Sunzia Transmission e o Sunzia Wind contarão com US$ 11 bilhões em financiamentos e serão capazes de abastecer o equivalente a uma cidade de três  milhões de habitantes até 2026, quando entra em funcionamento.

Já os impactos econômicos da empreitada esperados chegam a US$ 20 bilhões e dois mil empregos durante a fase de construção. Um total de 242 turbinas eólicas já foram encomendadas à Vestas, o maior pedido que a fabricante já recebeu.

Esse projeto é dividido em duas etapas. A geração irá ocorrer na região que abrange os condados Torrance, Lincoln e San Miguel, todos no Novo México. Em paralelo, uma nova linha de transmissão de quase 900 quilômetros irá escoar a energia para a Costa Oeste.

O financiamento desse projeto também é complexo, mas a empresa já conseguiu garantir todos os recursos em uma combinação entre empréstimos, cartas de crédito e créditos fiscais.

“Nossa esperança é que este financiamento bem-sucedido do maior projeto de infraestrutura de energia limpa da história americana sirva de exemplo para outras iniciativas ambiciosas de infraestrutura renovável que são necessárias para acelerar nossa transição para um futuro livre de carbono”, disse Hunter Armistead, CEO da Pattern Energy.

A magnitude desse projeto e a velocidade de execução refletem a urgência de empresas e países durante o processo de transição energética.

Buscar fontes de energia menos poluentes é primordial para o cumprimento do Acordo de Paris, que tem como principal meta manter o aquecimento global do planeta abaixo de 2°C até o final do século e buscar esforços para limitar esse aumento em 1,5°C.

Os Estados Unidos e outros países desenvolvidos possuem uma matriz energética com maior participação, de cerca de 80%, de fontes mais poluentes, como a geração térmica de fontes fósseis.

Jean Albino, presidente e fundador da Lead Energy, lembra que essa forte presença de fontes mais poluentes faz com que os investimentos em energia limpa nos Estados Unidos se tornem urgentes.

“Ao contrário do que ocorre no Brasil, aqui as fontes limpas representam quase 90% da energia gerada. O Brasil não constrói uma eólica para limpar a matriz. Ela já é limpa. Nos Estados Unidos e Europa, é necessário uma substituição”, explica.

O executivo também reforça que projetos como esse têm a capacidade de mudar as características de uma região. No Brasil, o Nordeste se transformou em um polo de geração de energia eólica e solar, concentrando os investimentos.
Esse projeto bilionário nos Estados Unidos mostra que é preciso ter uma coordenação. Querer aumentar a capacidade de geração limpa é primordial, mas também é preciso pensar nos investimentos necessários para escoar essa energia para que ela chegue com segurança aos centros consumidores.

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