A demanda acelerada por painéis solares no momento que o mundo quer acelerar a transição energética levanta uma nova preocupação: o que fazer com o descarte desse material em alguns anos? Segundo Rong Deng, pesquisador de engenharia de energia renovável da Universidade de NSW, na Austrália, o ponto de crise desses resíduos pode chegar em três anos, e não mais em 2030 como previsto anteriormente.
O desperdício decorre de dois fatores. O primeiro é o alto custo da reciclagem dos painéis solares, que fica entre US$ 10 e US$ 20. O segundo fator é que, mesmo reciclado, ainda não há uma tecnologia eficaz que consiga extrair os materiais mais valiosos que estão nas placas solares, como a prata.
Um dos motivos para a dificuldade de extração é a forma como os painéis são construídos. Como são planejados para aguentar a adversidade climática, os materiais mais valiosos, como a prata, silício e cobre, ficam praticamente fundidos no meio da estrutura.
A preocupação do pesquisador é desenvolver uma tecnologia que consiga extrair esses metais nos próximos anos e levar esse processo para os centros de reciclagem. A ideia é desenvolver a gestão de produtos de energia fotovoltaica.
Na Austrália, a expectativa é que essa gestão de produtos possa ter início no próximo ano.