PLD no piso gera cautela em investidores e atrapalha geradoras e empresas

O Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) fechou em R$ 69,04/MWh nesta quinta-feira (19). O valor e o cálculo são divulgados diariamente pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

De acordo com o último boletim, dados dos de 7 a 13 de outubro de 2023 revelam que houve uma queda de carga de -240 MWmês em relação à expectativa da semana anterior, o que representa 70,5% de Energia Armazenada de 206.746 MWmês.

O documento do CCEE ainda traz a seguinte informação:

“Comparando a carga verificada na 2ª semana operativa de outubro com as projeções da 1ª Revisão do PMO para a referida semana, nota-se uma redução de -692 MW médios (-5,6%) na carga verificada no submercado Sul e, um aumento de +1.007 MW médios (+1,6%) no somatório da carga verificada nos submercados SE/CO, Nordeste e Norte. Para a 3ª semana operativa, as cargas dos submercados SE/CO, Sul e Norte foram reduzidas em -1.331 MW médios (-2,0%), enquanto a carga do submercado Nordeste foi acrescida em +150 MW médios (+1,1%). Com isso, a carga projetada no SIN para a referida semana é de +77.655 MW médios.”

O piso do PLD deve ter alterações a longo prazo graças a fatores como o início do período úmido e novas restrições de produção de geradoras para estabilidade do sistema elétrico implementadas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

Em agosto deste ano, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) sugeriu que o cálculo do PLD passasse por aprimoramento. A nota técnica da agência trouxe de volta para o centro das discussões a metodologia de como se precifica a energia elétrica no país.

“O PLD baixo e custo de dívida alto atrapalham geradoras descontratadas e empresas com pipeline grande de novos investimentos, principalmente as ganhadoras de leilões públicos super concorridos”, declara Marco Armelin, da Cox Capital.

Armelin também faz uma ressalva de que é importante analisar cada proposta de mudança no atual cenário para evitar surpresas negativas, e que o mercado está cada vez mais rigoroso para fazer movimentos.

“Os investidores estão muito cautelosos e nos menores níveis históricos de alocação em renda variável. Dito isso, o setor elétrico possui um perfil conservador e há interesse dos investidores dedicados. Há sempre preocupação quando decisões populistas podem interferir na regulação. A diferença hoje entre preço de energia e tarifa de consumidor cativo é gigante, subsídios e impostos indiretos são os vilões, mas há sempre o risco de se mexer no lugar errado”, disse.

Dentro deste escopo, Marco Armelin entende que “empresas privadas com ótimo histórico de alocação de capital, expertise regulatória e respeito ao acionista” são as mais atrativas para os investidores, assim como a diversificação nos vários segmentos, e cita as companhias Equatorial e CPFL como exemplos positivos.

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