Novas regras do mercado livre cria oportunidades de negócios para novas empresas

As novas regras do mercado livre de energia têm estimulado a criação de serviços que giram em torno da migração dos estabelecimentos para o ambiente em que é possível negociar o volume e preços. Esses novos negócios seguem a premissa de que é preciso orientar e mostrar a esses consumidores quando compensa fazer a mudança.

Desde o dia 1º, ganharam o direito de entrar no mercado livre os consumidores denominados como grupo A e conectados em tensão acima de 2,3 kv – antes, estava acessível apenas a quem consumia mais de 500 kv. Isso elevou para 202 mil unidades consumidoras que podem negociar com diferentes agentes a quantidade e os preços da energia que vão precisar – antes, o número era de 36 mil.

Uma das empresas que tenta conquistar esses clientes é a Lead Energy, startup criada em 2020. O principal serviço é mostrar a esses estabelecimentos qual o potencial de redução na conta de energia em caso de migração. Para isso, a empresa desenvolveu um algoritmo que analisa em poucos segundos a conta de luz do cliente.

“É uma startup que nasceu para reduzir as despesas de energia das empresas, apresentando uma oferta de energia limpa a um preço justo. E não é só a análise da conta, também fazemos a revisão dos equipamentos e buscamos maior eficiência energética”, diz Jean Albino, sócio da Lead.

O principal motivo para a migração é o financeiro, já que essa energia do mercado livre costuma ser mais barata do que fornecida no mercado regulado, em que os preços das tarifas são iguais para todos os consumidores de uma determinada distribuidora.

Um dos motivos para essa diferença de preço é que, no mercado regulado, a tarifa embute os custos dos encargos, como aqueles que servem para custear o acionamento das usinas térmicas. A CDE (Conta de Desenvolvimento Energético) foi de cerca de R$ 34,9 bilhões em 2023 e, neste ano, deve chegar a R$ 37 bilhões.

Nas 165 mil empresas com potencial de migração estão estabelecimentos como indústrias, hospitais, shoppings e redes de supermercados. De acordo com levantamento da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), mais de 12 mil já solicitaram a migração ao longo de 2023.

De acordo com Albino, a empresa que faz a migração do mercado cativo, aquele em que o consumidor é atendido por uma distribuidora de energia local, consegue uma redução entre 35% e 40% na despesa mensal com energia.

“A tarifa no ambiente de uma distribuidora tem uma série de encargos que são pagos pelos consumidores do mercado cativo. É também um ambiente com mais ineficiências”, explica.

Outro serviço oferecido é o de recuperação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), que é para retirar o peso do tributo sobre a energia que é utilizada para produzir um determinado bem.

A Lead, após feita a avaliação, faz a intermediação com uma comercializadora de energia, para que o estabelecimento comercial possa fazer a compra da energia. A parceira é a Ecom, que possui uma fatia de 25% na startup.  Segundo ele, a preferência tem sido pelos contratos de três anos.

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