A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) divulgou a edição de outubro de 2023 das perspectivas para o mercado brasileiro de combustíveis no curto prazo. Esta publicação sobre as vendas mensais dos principais derivados de petróleo e biocombustíveis ocorre bimestralmente.
A instituição projeta que a demanda doméstica por combustíveis vai crescer neste ano da seguinte maneira: 3,4% para o óleo diesel total, 5,9% para a gasolina C, 3,0% para o etanol hidratado, 10,5% para o QAV e 1,8% para o GLP.
Na soma total dos combustíveis citados acima, a demanda nos últimos 12 meses teve alta de 5,5%. O relatório contribui para a criação do planejamento do setor energético, incluindo implementações de ações do ministério de Minas e Energia.
O estudo aponta que, no 2° quadrimestre de 2023, “o consumo de óleo diesel registrou variação positiva de 5,5% em comparação ao mesmo período de 2022”.
De acordo com a EPE, este resultado foi influenciado pela logística de distribuição da produção agrícola, que superou as expectativas e estabeleceu safras recordes.
Fatores ligados a questões climáticas, como a seca no Norte do país e o excesso de chuvas no Sul devem impactar na produção agrícola nos próximos meses.
Novos recordes são esperados na venda de óleo diesel devido a possibilidade de maior procura por este combustível fóssil, graças ao setor de transporte rodoviário que está aquecido. A retomada da construção civil “com o novo PAC do governo federal também deverá impactar a demanda interna por óleo diesel em 2024”, sinaliza o EPE.
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O crescimento do consumo de combustíveis fósseis no Brasil segue uma tendência global, desde o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, quando ficou evidente a dependência de países europeus em relação ao gás russo. Mais do que o gás, o petróleo segue como líder do setor energético.
A confiabilidade energética está relacionada aos combustíveis fósseis e voltou a ser discutida em meio aos conflitos armados no Oriente Médio, quando novamente ficou evidente que as fontes renováveis de energia ainda não suprem a demanda mundial.
Em setembro deste ano, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que “o mundo, o planeta, ainda é dependente de petróleo e gás”, e completou: “o petróleo ainda é uma necessidade, infelizmente. Ainda é uma realidade, inclusive para financiar a transição energética”.
Estes elementos levantam a dúvida: os acordos para redução de emissão de gases poluentes serão cumpridos, principalmente pelos principais poluidores, como Estados Unidos e China? Como os países mais ricos do mundo vão se posicionar diante da alta na demanda por combustíveis fósseis sem deixar de lado a transição energética?