O Brasil se apresenta ao ano de 2024 como o país que lidera o bloco dos emergentes rumo à expansão de biocombustíveis e com uma expectativa de crescimento 30% mais rápida do que nos últimos cinco anos. Os dados fazem parte de um estudo feito pela Agência Internacional de Energia (IEA).
“Apoiado por políticas robustas de biocombustíveis, aumento da procura de combustível para transportes e matérias-primas abundantes potencial, prevê-se que as economias emergentes impulsionem 70% da procura global de biocombustíveis em crescimento durante o período de previsão. Só o Brasil responde por 40% do biocombustível expandido até 2028”, informa o estudo.
A análise aponta que as políticas mais fortes do setor são o principal motivo do crescimento. Na avaliação dos técnicos da IEA, isso ocorre graças à ampliação de esforços por parte dos governos para garantir recursos acessíveis, seguros e com baixas emissões de energia. O maior destaque é o setor de transportes rodoviários, com a mais alta fonte de nova oferta, responsável por quase 90% dessa expansão.
No combate a fontes poluentes de energia, os veículos elétricos são aliados dos biocombustíveis. A estimativa é de que a eletricidade renovável do setor compense a produção de quatro milhões de barris de petróleo por dia até o ano de 2028. Esta quantia representa cerca de 7% da demanda prevista para o Transporte. Os eletrificados já superam o consumo de gasolina nos Estados Unidos e na China, mas em países como o Brasil, seguem no retrovisor.
O crescimento da potência da eletricidade renovável na China pode servir de escola para o Brasil. O país asiático deve triplicar a capacidade nos próximos cinco anos
em comparação com os cinco anteriores, o que totaliza 56% da expansão global.
Para se ter uma ideia, entre 2023 e 2028, a China planeja implantar quase quatro vezes mais capacidade renovável do que a União Europeia e cinco vezes mais do que os Estados Unidos – ambos seguirão como segundo e terceiro maiores mercados em crescimento, respectivamente.
O alto volume chinês está diretamente ligado à meta do governo local, de zero emissão de gases poluentes até 2060. Este objetivo tem o apoio de incentivos no âmbito do 14º Plano Quinquenal (2021-2025) e a ampla disponibilidade de recursos locais, equipamentos fabricados e financiamento de baixo custo.
Brasil também se destaca mundialmente com avanço em energias eólica e solar
A dimensão continental impulsiona o Brasil para o top 5 dos países com melhores desempenhos em dois setores da energia: eólica e solar fotovoltaica. É o que revela um estudo feito pela Agência Internacional de Energia (IEA). Dentre os fatores que impactam positivamente os resultados brasileiros, de acordo com o documento, estão “ambiente político favorável e melhoria da atratividade econômica do setor energético”.
“Espera-se que as adições de energia solar fotovoltaica e eólica onshore até 2028 sejam superiores ao dobro nos Estados Unidos, na União Europeia, na Índia e no Brasil em comparação com os últimos cinco anos.”
Os preços de varejo mais altos na América Latina estimulam a construção de sistemas solares fotovoltaicos distribuídos. As políticas de apoio para instalações de grande escala no Brasil impulsionam a energia renovável, o que reflete em crescimento para novos níveis e gera maior interesse de investidores.