Bioeconomia pode injetar US$ 592,6 bilhões ao ano no Brasil

A produção industrial que tem os recursos biológicos como base para ofertar alternativas de substituição de recursos fósseis e não renováveis pode contribuir para colocar o Brasil em outro patamar na transição energética. É o que aponta o estudo “Identificação das Oportunidades e o Potencial do Impacto da Bioeconomia para a Descarbonização do Brasil”, realizado pela Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI), Instituto SENAI/CETIQT (Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil) Embrapa e Laboratório Cenergia (UFRJ).

Os dados da pesquisa revelam que a “implementação de novas tecnologias ligadas à bioeconomia têm potencial de injetar US$ 592,6 bilhões ao ano no Brasil e reduzir as emissões de gases estufa no país em 28,9 bilhões CO2eq em 30 anos (2020 a 2050)”, de acordo com a ABBI.

“A atualização destaca a vocação natural do Brasil para liderar a revolução tecnológica centrada na produção de baixas emissões de carbono. Este potencial não apenas impulsionará o desenvolvimento econômico, mas também gerará empregos de forma descentralizada, representando uma oportunidade única para o país”, avalia o presidente executivo da ABBI, Thiago Falda.

A análise a longo prazo dos números sugere que os biocombustíveis seriam capazes de gerar 570 milhões de metros cúbicos no ano de 2050. Este volume geraria US$234 bilhões em receitas anuais para o país.

Outro elemento abordado no estudo é o potencial de recuperação de áreas degradadas por meio da bioeconomia: 108 milhões de hectares poderiam ser beneficiados até 2050.

De acordo com o projeto Iniciativa Verde, criado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Brasil precisa de promoção de “políticas públicas que considerem as particularidades e vantagens competitivas brasileiras no contexto de transição para uma economia de baixo carbono”.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia e do Instituto Amazônia+21, Marcelo Thomé, tem dito que “uma série de medidas precisam estar estruturadas tanto do ponto de vista do financiamento quanto do componente tecnológico para que a inovação chegue na ponta. Superados esses desafios, a gente esbarra na questão do risco reputacional e na capacidade de nos organizarmos para termos uma boa governança entre setor público, setor privado e setor financeiro”.

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