As altas temperaturas em diversas regiões do Brasil durante a primavera impactam diretamente o setor de Energia. Pela primeira vez durante toda a série histórica, iniciada em 2004, o consumo de energia elétrica atingiu, em outubro, a marca de 45.920 GWh. O número, que representa uma alta de 8,1% em comparação com o mesmo período de 2022, também traz outro recorde: é a maior taxa de crescimento desde julho de 2021.
De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), no acumulado em 12 meses, “o consumo nacional registrou 520.210 GWh, alta de 2,3% em comparação ao período imediatamente anterior”. A EPE também revela que as classes residencial e comercial são as responsáveis pelo boom na utilização de energia, com níveis acima dos dois dígitos.
“Quanto ao ambiente de contratação, com 18.559 GWh, o mercado livre respondeu por 40,4% do consumo nacional de energia elétrica em outubro, registrando crescimento de 7,8% no consumo e de 25,3% no número de consumidores, na comparação com outubro de 2022. Já o mercado regulado das distribuidoras, com 27.361 GWh, respondeu por 59,6% do consumo nacional de eletricidade em outubro, alta de 8,3% na comparação com 2022, enquanto o número de unidades consumidoras aumentou 2,3% no período”, afirma em nota a EPE.
Dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) revelam que a temperatura média em outubro no Brasil foi histórica: 26,4ºC. O aumento é de 1,2ºC em relação à média histórica para o mês.
A expectativa é de que as temperaturas subam ainda mais com a proximidade do Verão. “O cenário indica que 2023 será o ano mais quente desde os anos 60. Estes resultados corroboram as perspectivas encontradas por outros organismos meteorológicos internacionais, já que, segundo os pesquisadores do Serviço da Mudança Climática da União Europeia, é pouco provável que os dois últimos meses deste ano revertam este recorde, dado que a tendência é de altas temperaturas em todo o mundo”, avalia o INMET.